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terça-feira, 12 de julho de 2011

Carreira

1981-1989: Sala Funarte a Zélia Cristina no Caos

Aos 16 anos, em 1981, Zélia enviou uma fita para a Sala Funarte de Brasília, que na época realizava concursos. Foi selecionada em primeiro lugar e apresentou lá o seu primeiro show. Abriu com a canção “Fazenda” de Milton Nascimento e após a apresentação bem sucedida várias portas se abriram para ela: abriu um show de Luis Melodia, no Teatro Nacional de Brasília, começou a se apresentar constatemente e ainda foi selecionada para representar Brasília no projeto Pixinguinha, viajando por sete cidades. Aos 22 anos (1987) voltou a Niterói, morando com sua avó Zélia. Na época trabalhava no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) e fazia de tudo um pouco: foi locutora da rádio Fluminense FM onde usava a outra parte do seu nome: Cristina Moreira. Foi backing vocal de José Augusto e de Bebeto. Cursou Teatro na CAL (Casa das Artes das Laranjeiras) e também nessa época fez seu primeiro show no Rio de Janeiro.

No final de 1989, conheceu a diretora de teatro Ticiana Studart, que trouxe de Nova York ideias para um show arrojado e irreverente. A linha de pensamento foi: “produzir é um caos, os espaços são um caos, a violência é um caos, o isolamento cultural é um caos,” e logo veio um nome apropriado para o show: “Zélia Cristina no caos.” Como a própria Zélia descreveu:

Embora ainda correndo à margem da grande mídia, sem críticos ou chamadas na TV, o resultado foi muito recompensador. Da Laura Alvim fomos para o Mistura Fina, ambos com lotações esgotadas, e tive a visita de alguém do Estúdio Eldorado, que me convidou para, enfim, gravar um disco.

1990-1993: Outra Luz, Emirados Árabes e Songbook

Após o convite da Eldorado, Zélia gravou o disco “Outra Luz”, contudo não ficou completamente satisfeita com o resultado, considerando que o álbum não se parecia com ela. Com “Outra Luz” teve duas indicações para o prêmio Sharp, como revelação e melhor cantora pop-rock. O show fez sucesso e Zélia cantou em várias capitais.

Em outubro de 1991 foi convidada para passar três meses nos Emirados Árabes cantando no hotel Meridien. Após o choque inicial, aceitou e os três meses viraram cinco. Esse período foi muito importante, uma vez que, além da música oriental, ela entrou em contato com a música de artistas que a influenciaram muito nos trabalhos posteriores: Joni MitchellJoan ArmatradingSam CookeRy Cooder e Peter Gabriel. Foi também um período criativo, Zélia passou a compor muito. (“O Meu Lugar”, por exemplo). Voltou para o Brasil em 1992amadurecida pela experiência em Abu Dhabi, disposta para retomar seu trabalho, desta vez com material autoral e sonoridade acústica.

Foi numa longa temporada no Torre de Babel que tudo começou a mudar. Guto Graça Mello foi assistir ao show e a levou para gravar sem compromissos. Depois disso foi convidada por Almir Chediak para participar do Songbook de Dorival Caymmi cantando “Sábado em Copacabana”. Almir apresentou Zélia à Beth Araújo, da WEA nesse dia, que a convidou a entrar para o selo da gravadora.

1994-1995: Zélia Duncan, Catedral e o estouro

Após entrar para a WEA, Beto Boaventura, presidente da gravadora, sugeriu que Zélia alterasse o nome artístico de Zélia Cristina para Zélia Duncan (o sobrenome Duncan, origina-se da família materna – sobrenome de solteira da mãe – não estava originalmente em seu nome, sendo assim também uma homenagem à avó, chamada Zélia Duncan). O álbum homônimo foi lançado em 1994. A parceria com Christiaan Oyens se mostra muito presente tocando a bateriabandolim (o que caracterizou a parceria de ambos) e violão. Há nesse disco canções muito marcantes da carreira, como “Lá Vou Eu (Rita Lee)”, “Nos Lençóis Desse Reggae”, “Não Vá Ainda” e “Sentidos”. O sucesso de “Catedral” não foi premeditado. Zélia nem ao menos a incluiu no primeiro disco promocional – no qual coloca-se a “música de trabalho” – que contava com quatro canções. Seis meses após o lançamento, Catedral entrou para a trilha sonora da novela “A Próxima Vítima” da Rede Globo como tema dos personagens Irene e Diego, protagonistas da trama e tornou-se um grande sucesso, o primeiro da carreira. A canção é uma regravação traduzida do original da cantora Tanita Tikaram, intitulado “Cathedral song”, do álbum “Ancient Heart”. O reconhecimento pela crítica também não tardou a aparecer. A revista americana “Billboard” incluiu “Zélia Duncan” na lista dos dez melhores álbuns latinos de 1994 e já no segundo semestre de 1995 Zélia recebeu o “Disco de Ouro”, pela venda das primeiras 100 mil cópias.

Já com o estouro de “Catedral” nas rádios em 1995, fez uma série de shows e temporadas levando a música para todo o país, interpretando todas as canções do CD, entre outras relevantes desse período e que já estavam presentes no repertório: Rita Lee, Alice Ruiz e Itamar Assumpção. Participou da primeira grande festa de aniversário da Rádio JB Fm no antigo Metropolitan (atualmente Citibank Hall, Rio de Janeiro) onde Maria Bethânia apresentava o espetáculo com novas cantoras da época; além de Zélia estavam presentes Cássia Eller eAdriana Calcanhotto. Na época do encerramento da turnê de divulgação do álbum “Zélia Duncan”, em agosto, no Parque do Ibirapuera (São Paulo), o disco já havia atingido a marca de 160 mil cópias vendidas.

1996-1997: Intimidade

Zélia passou agosto e setembro de 1996 no estúdio “Nas Nuvens” trabalhando no álbum “Intimidade”, que foi produzido por Liminha (com co-produção de Christiaan Oyens). É um disco bastante autoral, onde Zélia apresenta oito parcerias com Christiaan: Enquanto durmo,IntimidadeBom pra vocêExperimenta (C.Oyens – Fernando Vidal – Zélia Duncan), Não tem voltaMe gustaA diferença e Assim que eu gosto. Outras três parcerias com Lucina: Minha féCoração na boca e Primeiro susto. A única canção do disco que não é de autoria de Zélia é “Vou tirar você do dicionário” (Alice Ruiz – Itamar Assumpção). A arte da capa é de Brígida Baltar.

O reconhecimento do disco não tardou: antes do lançamento, “Enquanto Durmo” foi incluída na trilha sonora da novela “Salsa & Merengue”. Só no primeiro mês, “Intimidade” vendeu 80 mil cópias e Zélia ainda foi premiada como Melhor Cantora pela APCA. Em 1997 Zélia excursionou pelo Brasil com o show “Intimidade” e se apresentou também em Portugal e na Espanha, além de uma série de 12 shows peloJapão em setembro. Nos Estados Unidos participou do Festival de Música Brasileira. Em agosto cantou no Canecão pela primeira vez. O show contou com a participação de Itamar Assumpção.

1998-2000: Acesso

1998 foi o ano em que Zélia começou a trabalhar no sucessor de “Intimidade”. Em junho/julho de 1998 nos estúdios A/R o disco foi gravado, com produção de Christiaan Oyens. Foi mixado por Eric Sarafin e masterizado por Dave Collins no estúdio A&M em Los Angeles – Califórnia. O álbum trás onze faixas sendo oito delas parcerias com Christiaan: Verbos sujeitos, Haja, Sexo, Imorais, Toda Vez, O Lado Bom, As Vezes Nunca e Por Hoje É Só. Há uma parceria com Lucina: Depois do Perigo. Código de acesso de Itamar Assumpção abre o disco e “Quase sem Querer” (Negrete – Dado Villa Lobos – Renato Russo) é cantada por Zélia em versão acústica. O disco foi lançado em outubro e Zélia seguiu em turnê de divulgação com ele do fim de 1998 até 2000.

2001-2003: Sortimento e Sortimento Vivo

“Sortimento não é só o lance de ser sortido, também significa provisão, mantimento, o que você acumula para viver. Estou tentando mostrar um pouco do que está acumulado em mim e tentando abrir para outras coisas. A unidade deste disco espero que seja eu cantando ali, mas não me preocupei com isso nos arranjos, na escolha do repertório. Eu quis fazer mesmo um negócio descabelado.”

Entre janeiro e fevereiro de 2001, Zélia gravou “Sortimento” nos estúdios Voices em São Paulo e Fubá Studios e Mega no Rio de Janeiro e em abril o disco já estava nas lojas. Foi seu primeiro disco lançado pela Universal Music e além disso Zélia estava completando 20 anos de carreira. A gravação foi dirigida por Beto Vilares (Alma, Chicken de Frango, Eu Me Acerto, Sortimento, Desconforto, Beleza Fácil, Flores e Na Hora da Sede) e Christiaan Oyens (Alma, Me Revelar, Todos os Dias e Hóspede do Tempo.). Em sua heterogeneidade, o disco passeia tranquilamente do samba ao folk com leveza e tranquilidade. Em “Desconforto” (parceria com Rita Lee) há uma crítica à situação do país na época e ao então presidente, Fernando Henrique Cardoso.

Sortimento teve duas indicações ao Grammy Latino. A turnê, que chegou até Portugal em maio/junho de 2002 para shows no Coliseo do Porto e de Lisboa, começou em maio de 2001 e Zélia fez mais de 90 apresentações até a gravação do que viria a ser o seu primeiro registro ao vivo: “Sortimento Vivo“. A produção foi dirigida por Ézio Filho. Registro dos shows no Sesc Vila Mariana (SP) nos dias 25 e 26 de junho de 2002, Flavio Senna ficou responsável pela gravação e mixagem. A direção é de Oscar Rodrigues Alves (a direção original do show é deMarcerlo Saback). O CD/DVD trouxe a então inédita Gringo Guaraná, parceria de Zélia com Rodrigo Maranhão (parceiro dela também em Chicken de Frango).

Após o lançamento em outubro de e continuação da turnê, agora de divulgação também do “Ao Vivo”, Zélia participou ainda dos shows de comemoração do Reveillon 2002/2003 em Copacabana numa programação de shows em três palcos espalhados pela orla com artistas como Jorge Ben JorCláudio ZoliFernanda Abreu e O Rappa.

Numa temporada da quinta-feira, 5 de junho a domingo, 7 de junho de 2003 no SESC Pompéia, em São Paulo, Zélia encerrou a turnê do CD “Sortimento Vivo”.

2002

2004: Eu Me Transformo Em Outras

“Zélia entra, definitivamente, para o panteão das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos com este disco maravillhoso e meio retro-transgressor, se bem me entendem. Ela se transforma em todas aquelas iguanas caleidoscópias já citadas, mas continuando ela mesma em essência, forma e risco.” (Hermínio Bello de Carvalho)

“Eu Me Transformo Em Outras” foi gravado de 8 a 13 de janeiro de 2004, Companhia dos Técnicos (Rio de Janeiro) e traz direção musical e produção de Bia Paes Leme, Hamilton de Holanda no bandolim 10 cordas, Marco Pereira no violão 8 cordas, Marcio Bahia na bateria e percussão e Gabriel Grossi na gaita. Foi lançado pelo selo “Duncan Discos” com distribuição da Universal Music. Zélia descreve o projeto:

“No repertório, minha memória recente e remota, o desejo de homenagear vozes e autores que me fizeram tomar a decisão de também dedicar minha vida à música. Minha Eliseth CardosoAraci de AlmeidaSilvia TellesNá OzettiHerivelto Martins,Nelson GonçalvesWilson BatistaHermínio Bello de CarvalhoTom ZéItamar AssumpçãoTom e ViniciusHaroldo Barbosa,Ella FitzgeraldLuis TatitCartolaLula Queiroga, Jacob, Wisnik, Claudionor Cruz, Pedro Caetano…”

Em agosto, Zélia ganhou o Prêmio Rival BR de Música de melhor cantora, na terceira edição do evento. No mesmo mês, no dia 20, o show teve sua estréia no Canecão, RJ. Em 2009, cinco anos após o lançamento, “Eu Me Transformo Em Outras” trouxe para Zélia o Disco de Ouro referente a venda de 60 mil cópias.

2005: Pré Pós Tudo Bossa Band

O disco “Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band” foi gravado em março e abril de 2005. A produção ficou com Christiaan Oyens, Bia Paes Leme e Beto Villares. Foi lançado pela Universal Music. O disco explora o famoso ecletismo de Zélia, tanto quanto ao estilo, como quanto às parcerias. Abre o álbum a faixa-título, parceria com Lenine. O repertório passa pela balada “Benditas”, parceria com Mart’nália. Zélia inicialmente planejava um samba quando enviou a letra para a parceira musicar. O inverso aconteceu ao enviar a letra de “Quisera Eu” a Lulu Santos, recebendo de volta um alegre samba. Em “Inclemência” Zélia adicionou letra a uma canção de Guerra Peixe. Gravou quatro parcerias de Itamar Assumpção: Vi Não Vivi (Christiaan Oyens), Tudo ou Nada e Milágrimas (Alice Ruiz) e Dor Elegante (Paulo Leminski). Também em 2005 foi convidada por Simone para participar da gravação de seu dvd Ao Vivo cantando “Não Vá Ainda” e “A Idade do Céu”.

2006-2007: Os Mutantes

Zélia em turnê com Os Mutantes(2006)

Em 2006, além de continuar com a turnê de divulgação do álbum “Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band”, Zélia passou a se apresentar com Os Mutantes na reunião do grupo. O histórico show no Barbican Theater, em Londres foi registrado em CD e DVD. Zélia foi bem recebida pelos fãs do grupo e elogiada pela crítica. Sobre a entrada de Zélia na banda, Sérgio Dias disse:

“A gente se conhece há pouco tempo, mas foi como se fossem 50 encarnações juntas”, contou Sérgio. “Quando sugeri a Zélia para cantar com a gente, todo mundo comentou que a voz dela é muito diferente, é grave, mas eu disse que botava fé. No fim, quando ela veio tocar, foi maravilhoso.” Zélia, de seu lado, comentou a emoção, mas deixou claro que não quer comparações com Rita Lee: “Não sou uma substituta, isso seria ridículo e perigoso para mim. Me sinto uma representante”. Contou também que, logo depois do primeiro ensaio, ligou para Rita. “Ela tinha de ser a primeira a saber e é de quem realmente me importa a opinião. Eu lhe disse o quanto aquilo foi forte para mim, justamente por sentir tanto a presença dela, e Rita abençoou geral e só comentários positivos foram feitos. Os Mutantes me chamaram, Rita Lee abençoou. Quem não aceitar, que atire a primeira pedra! Da qual eu vou desviar, claro.”

Em 2007 Zélia lançou o DVD ao Vivo de Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band e no segundo semestre anunciou sua saída d’Os Mutantes num comunicado oficial. Além disso “Carne e Osso” (sua parceria com Paulinho Moska) não apenas entrou para a trilha sonora da novela da Rede Globo “Sete Pecados”, como era a música de abertura. No mesmo ano o show virou DVD, pelo selo Duncan Discos.

2007-2008: Amigo É Casa

Zélia também estava se apresentando com Simone, shows que culminariam na gravação nesse mesmo ano do CD/DVD ao vivo intitulado “Amigo é Casa”, (lançado no ano seguinte pela Biscoito Fino) que trazia uma série de canções importantes nas trajetórias de ambas, mas que nunca tinham sido cantadas por elas antes. O show é marcado pela forte parceria das duas que ficam juntas no palco na maior parte do tempo dividindo versos e holofotes com suavidade e sutileza. A turnê, além de percorrer todo o Brasil, passou também por Portugal e foi um sucesso de público e crítica.

Em 2008 Zélia encerrou a bem sucedida turnê do álbum “Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band” no SESC Pinheiros em São Paulo. Nessa época já trabalhava no repertório do álbum “Pelo Sabor do Gesto” (2009).

2009-2010: Pelo Sabor do Gesto

“Pelo Sabor do Gesto” foi lançado pela gravadora Universal Music com produção musical de John Ulhoa e Beto Villares. Chegou às lojas em junho do mesmo ano. As aquarelas e design da capa do disco são obras de Brígida Baltar. As fotos têm como cenário Santa Tereza, e são da autoria de Emmanuelle Bernard. Luiza Marcier assina o figurino, de ambos, CD e show.

A parte do disco dirigida por John Ulhoa foi gravada no estúdio localizado na própria case de John e Fernanda Takai (casados, integram a banda Pato Fu), 128 Japs em Janeiro de 2009. Fernanda participa cantando em “Boas Razões”. Na versão original de Alex Beaupain, (parte da trilha sonora do filme Les Chansons d’Amour) a canção é a primeira parte de um diálogo entre Ismael (Louis Garrel) e Julie (Ludivine Sagnier). Nessa parte Ismael fala sobre como se sente e a participação de Ludivine se limita a alguns comentários e respostas curtas. No filme a música emenda em “Inventaire” onde a situação se inverte e é a vez de Julie expressar o que sente. Zélia, em sua versão converte o diálogo em monólogo-poesia e Fernanda canta alguns versos, fazendo a canção soar como uma bela homenagem à obra original. Beto Villares produziu as faixas “Todos os Verbos”, “Sinto Encanto”, “Esporte Fino Confortável”, “Os Dentes Brancos do Mundo”, “Se Eu Fosse”, “Se Um Dia Me Quiseres” e “Duas Namoradas”. A gravação foi em março de 2009 no estúdio Estúdio Ambulante (mixagem de Evaldo Luna).

O show estreou em Julho no Teatro Municipal de Niterói (direção de Ana Beatriz Nogueira, figurino de Luiza Marcier, cenário de Analu Prestes e Luiz Martins). A banda que acompanha Zélia é formada por Ézio Filho (direção musical e contrabaixo), Webster Santos (guitarra, violão e bandolim), Léo Brandão (teclado e acordeon) e Jadna Zimmermann (percussão e bateria). No repertório todas as canções do disco, “Intimidade e Flores”, canções que Zélia não cantava ao vivo já há algum tempo. Uma homenagem a Roberto Carlos com a brincalhona “I Love You”, “Cedotardar”, de Tom Zé, e Luiz Tatit também se mostra presente com “Felicidade”.

“Pelo Sabor do Gesto” foi indicado a melhor álbum de MPB no Grammy Latino de 2009. Em dezembro, Zélia cantou na Sala Funarte Sidney Miller (Rio de Janeiro) e recordou do primeiro show da carreira na Sala Funarte de Brasília. Em 2010 prosseguiu na turnê de divulgação do álbum pelo país e cantou no Quênia, no festival Sawa Sawa e em Toronto, Canadá, em outubro na semana do “Brazil Film Fest”. Em agosto foi premiada “Melhor Cantora” no XXI Prêmio da Música Brasileira, no Teatro Municipal (Rio de Janeiro).

REFERÊNCIA: WIKIPÉDIA

SEGUNDA-FEIRA, 21 DE MARÇO DE 2011

Zélia saboreia o gesto de gravar o DVD que festeja seus 30 anos em cena



"Tô muito feliz!... Tô muito feliz!...", reiterou Zélia Duncan para a plateia de fãs e amigos após cantar Duas Namoradas (Itamar Assumpção e Alice Ruiz) na gravação ao vivo do DVD Pelo Sabor do Gesto em Cena. Era tarde de domingo, 20 de março de 2011, e a felicidade estava mesmo estampada na face e na voz da cantora. O Theatro Municipal de Niterói - o palco mais nobre da terra natal da artista, onde a turnê nacional do show Pelo Sabor do Gesto alçou voo em 4 de julho de 2009 - estava lotado por um público afetivo, ansioso por assistir à primeira das duas apresentações que iriam perpetuar em vídeo o show dirigido com sensibilidade pela atriz Ana Beatriz Nogueira. Um belo show - clique aqui para ler a resenha da estreia nacional de Pelo Sabor do Gesto - que nasceu do disco mais bonito e mais romântico de Zélia Duncan. A gravação por si só já era motivo de felicidade. Mas havia algo mais em cena. Zélia gravava seu quarto DVD solo no momento em que se prepara para festejar 30 anos de carreira iniciada em maio de 1981 em Brasília (DF). "Não sinto o peso de completar 30 anos de carreira. O peso é o da alegria. Eu me sinto uma sobrevivente", se autodefiniu a artista no palco cheio de significados afetivos para a niteroiense. E foi nesse palco, em cena, que Zélia saboreou cada gesto ao gravar ao vivo seu DVD. A presença de convidados - Christiaan Oyens, Fernanda Takai, John Ulhoa, Marcelo Jeneci e Moska - abrilhantou gravação que acrescentou ao roteiro do show a inédita Borboleta (de Zélia com Jeneci), sensível parceria com Moska (O Tom do Amor, cantada com o autor e com Oyens) e um sucesso dos tempos em que Roberto Carlos (Por Isso Corro Demais, de 1967) ainda era o Rei da juventude. Além das sutis alterações no roteiro, o novo figurino - assinado por Ronaldo Fraga - deu charme adicional a uma gravação que transcorreu sem erros. Sob a direção musical de Ézio Filho, Zélia saboreou cada gesto, cada música, do registro ao vivo de show que nunca perdeu a delicadeza do CD que o gerou.

Mais do que uma sobrevivente, Zélia chega aos 30 anos de carreira maior do que quando começou sua carreira. Se os anos 80 foram dedicados aos shows feitos antes da fama, os 90 marcaram o início do reconhecimento e da popularidade. Um disco irregular quando a cantora ainda assinava Zélia Cristina, Outra Luz (1990), abriu caminhos e espaços na mídia. Mas a verdadeira estreia fonográfica viria em 1994 com o CD intitulado Zélia Duncan. Foi quando Zélia Duncan se tornou verdadeiramente um nome, de início associado ao pop folk, estilo sedimentado no posterior álbum Intimidade (1996). Contudo, Acesso (1999) fechou a trillogia gravada na Warner Music em tom roqueiro. De gravadora nova, Zélia então procurou se renovar. Embora irregular, Sortimento (2001) foi o disco em que Zélia começou a expandir seu repertório e abrir o leque de parceiros, gerando um primeiro registro ao vivo de show,Sortimento Vivo (2002). Mas foi com Eu me Transformo em Outras (2004), seu primeiro disco de intérprete, que Zélia Duncan se agigantou na cena brasileira, em evolução reiterada pelos posteriores Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band (2005) e Pelo Sabor do Gesto (2009). Entre um e outro CD, Zélia se transformou numa mutante e caiu na estrada com Simone em show perpetuado em DVD. Sem caráter retrospectivo, a gravação do DVD Pelo Sabor do Gesto em Cena - dirigido por Hugo Prata sob produção dividida entre a gravadora Biscoito Fino e o Canal Brasil - foi mais um momento feliz de uma carreira que chega com fôlego aos 30 anos.
Postado por Mauro Ferreira às 00:20 

Crônica de gravação de DVD
Título: Pelo Sabor do Gesto em Cena
Artista: Zélia Duncan (em fotos de Rodrigo Amaral)
Local: Theatro Municipal de Niterói (Niterói, RJ)
Data: 20 de março de 2011 - Sessão das 15h
Cotação: * * * * *

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