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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Correio da Paraíba, quinta-feira, 23/02/2012

 Warner relança os três primeiros trabalhos da cantora Zélia Duncan

KUBITSCHEK PINHEIRO



Os fãs da cantora Zélia Duncan estão ganhando da Warner Music os três primeiros CDs da artista e um DVD uma homenagem aos 30 anos de carreira dela. Os discos remasterizados já estão nas lojas. O álbum de estréia que tem o nome dela, seguido de “Intimidade” de 1996 e “Acesso”, esse mixado em Los Angeles, com o engenheiro de som do Ben Harper - Eric Sarafin.
Em entrevista ao CORREIO, a artista se disse estar eufórica em ver esse material relançado. “É isso. Euforia. É o que sinto, vendo a disposição da Warner Music, em confirmar nossa parceria e imprimir o que fizemos juntos. A grande onda de ver algo (re)lançado depois de um tempo, é justamente não ter nostalgia, mas compreender mais ainda de onde o tempo presente veio”, analisa.
Na verdade, ZD começou a cantar aos 16 anos, no comecinho da década de 80, mas o sucesso só veio na década de 90 quando os discos começaram a ser lançados e tocados nos rádios. “Estou feliz por ter um pedaço de caminho trilhado, por ter me arriscado, por ter uma história.
Trinta anos sem Elis e trinta anos de carreira de Zelia Duncan. O tempo passou e seu trabalho só fez crescer?  “Elis era gigante, era e é uma cantora comovente, marcante, genial. Eu tô aí, trabalhando, procurando, aprendendo e quero ser assim pra sempre!
Quando “Catedral” estourou em todas as rádios do país, Zélia era uma ilustre desconhecida do grande público. “Meu grande trunfo, para minha surpresa, parecia ser justamente o fato de ser compositora e tentar uma sonoridade bem folk, com a presença e influência de meu parceiro Christiaan Oyens, que não só trouxe a levada “mandolin”, ainda um tom abaixo da afinação tradicional, como slides, dobros e afinações abertas, o que também dava um tom ágil e singular que rolava naqueles meados de anos 90”, afirma.
É ela quem define os três primeiros álbuns de emblemáticos: “onde eu tentava não me repetir, mas ainda assim imprimir algo que soasse particular. Eles afirmam meu jeito de me colocar e contém meus primeiros sucessos”, lembra.
No disco de estreia que tem o nome dela na capa a cantora surge séria agarrada a uma cadeira. “Mal sabia eu, que ali estariam sucessos da minha carreira, que até hoje, me emocionam ao cantar, como “Não Vá Ainda”, “Sentidos”, “Nos Lençóis Desse Reggae”, “O Meu Lugar”, a ainda obscura “Lá Vou Eu” (Rita Lee/Carlini), as músicas com Lucina, minha parceira tão querida, que também me ajudou na missão quase impossível de soar original. E no meio delas, ´Catedral´, que estava no disco apenas porque eu gostava. Não foi criada a versão com intenção de estourar, mesmo porque, ninguém no Brasil a conhecia”, justifica.
“Catedral” está dentro de você. A música é o passo firme de ZD nos ouvidos dos fãs? “Ela não foi feita com esse intuito, mas me emociono até hoje, ao constatar o carinho das pessoas com essa música. Sou muito grata à essa canção”, revela.

Discos abriram caminho ao sucesso

Depois veio “Intimidade” de 96, que ela chama de “grande desafio, pois vinha depois do sucesso, gerando expectativas e curiosidade. “Não, não tinha outra Catedral, pois nem era essa minha intenção. Mas tinha “Enquanto Durmo”, “Não Tem Volta”, “Bom Pra Você”, “Coração Na Boca”, produção de Liminha e a sonoridade amadurecida”, disse.
Quando questionada sobre qual música destacaria como a cara deste álbum? “´Enquanto Durmo´, sem dúvida”, comenta.
O CD “Acesso” que foi gravado em Los Angeles tem o dedo de Itamar Assumpção. “Foi o disco que mais marcou minha parceria com Christiaan Oyens, ali ele foi mesmo uma dupla comigo. A mixagem foi muito feliz, tem Uakti, Itamar, Jaques Morelembaum, muitas direções”, lembra.
De acordo com Zélia a reedição em DVD do “Ensaio” (1997), está no documento importante para os artistas e para as pessoas que acompanham e gostam de saber a história das coisas. “É emocionante pra mim, poder ver-me cantando e falando de coisas, que acabei desenvolvendo ao longo do tempo. É diferente, um documento muito bacana pra quem nos acompanha e admira. Um clássico dos programas de entrevista” ( que tem como narrador Fernando Faro, o entrevistador invisível).
“Não era pra ser uma história muito longa. Durou um ano e meio, fizemos muitas coisas e eu tenho minha carreira. Os Mutantes foram um presente que a vida me deu”, registrou sobre sua passagem pela banda que fez sucesso nos anos 60.
Quais os projetos para este ano? “Em 2012 continuaremos com a turnê do CD ‘Pelo sabor do gesto em cena’ (com selo da Biscoito Fino) e com o espetáculo ‘Totatiando’. Pretendo também gravar um CD com músicas de Itamar Assumpção”, fecha.

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