A cantora, que lança seu novo DVD, diz, em entrevista a ÉPOCA, que está em uma fase romântica e feliz. Novo trabalho traz canções inéditas de Tom Zé, Moska e Marcelo Jeneci, além de regravação de duas canções de Roberto Carlos
DANILO CASALETTI
EM CENA
Zélia mostra composições inéditas e regravações
de Roberto Carlos
Zélia mostra composições inéditas e regravações
de Roberto Carlos
A cantora Zélia Duncan comemora 30 anos de carreira lançando seu novo DVD, Pelo sabor do gesto – em cena(Biscoito Fino), em duas apresentações neste final de semana, em São Paulo. Gravado no Teatro Municipal de Niterói, em março deste ano, o trabalho registra as canções do álbum Pelo sabor do gesto, lançado em 2009, além de canções inéditas.
O show e o DVD foram dirigidos pela atriz Ana Beatriz Nogueira, a Clarice de Insensato Coração, e mostra Zélia bem à vontade na quase récita de “Felicidade”, música de Luiz Tatit. De novidades ainda tem “O tom do amor”, parceria de Zélia com Moska, e “Defeito 10: cedotardar” (Moacyr Albuquerque/Tom Zé).
Dos grandes hits de sua carreira, só "Catedral" aparece. E no bis. “Luto para não sucumbir ao caminho mais óbvio, que muitas vezes é o mais fácil”, diz Zélia, sobre a opção de privilegiar canções novas em um registro ao vivo.
Na versão para CD, são nove canções ao vivo e mais quatro de estúdio: “Borboleta” (Marcelo Jeneci/ Arnaldo Antunes/ Alice Ruiz/ Zélia Duncan), “O tom do amor”, “Por isso corro demais” (RobertoCarlos/ Erasmo Carlos) e “Defeito 10: cedotardar”.
Em entrevista a ÉPOCA, a cantora fala sobre o show e sobre seu novo projeto, um espetáculo só com músicas do compositor paulistano Luiz Tatit: “Será filosofia pura”.
ÉPOCA –Você tem uma ligação muito forte com São Paulo e com os compositores paulistas. Foi por isso que decidiu lançar o DVD por aqui?
Zélia Duncan - Sim, é algo muito sólido na minha vida a relação com São Paulo. Se não passar por aqui, parece que nem começou!
Zélia Duncan - Sim, é algo muito sólido na minha vida a relação com São Paulo. Se não passar por aqui, parece que nem começou!
ÉPOCA - Quando você lançou o CD Pelo sabor do gesto, disse em entrevista a ÉPOCA que estava “adorando ser romântica”. Essa fase ainda continua?
Zélia - E eu nem sabia que estava! Se ser romântica tem também a ver com maturidade e serenidade, sim, “tô bombando”!
Zélia - E eu nem sabia que estava! Se ser romântica tem também a ver com maturidade e serenidade, sim, “tô bombando”!
ÉPOCA - Você bancou a ideia de sair do lugar comum e fazer um show e um DVD praticamente com as músicas do disco e outras inéditas, sem os grandes hits de sua carreira. Como foi a receptividade do público?
Zélia - As pessoas que me acompanham meio que já sabem que luto para não sucumbir ao caminho mais óbvio, que muitas vezes é o mais fácil. O Auditório (Ibirapuera) está cheio faz uns bons dias, todos parecem bem animados! Estou muito confiante com esse momento, o registro é legítimo e feliz.
Zélia - As pessoas que me acompanham meio que já sabem que luto para não sucumbir ao caminho mais óbvio, que muitas vezes é o mais fácil. O Auditório (Ibirapuera) está cheio faz uns bons dias, todos parecem bem animados! Estou muito confiante com esse momento, o registro é legítimo e feliz.
ÉPOCA - A diretora do show é a atriz Ana Beatriz Nogueira. Na faixa "Felicidade", você praticamente recita a letra do Luiz Tatit. Foi fácil para você exercitar esse lado mais “atriz”? Como a diretora trabalhou isso em você?
Zélia - (risos) A música é assim originalmente: meio uma récita. E a super Ana Beatriz apenas me pediu que eu ficasse no mesmo lugar. E o resto foi a paixão por Luiz Tatit que falou mais alto.
Zélia - (risos) A música é assim originalmente: meio uma récita. E a super Ana Beatriz apenas me pediu que eu ficasse no mesmo lugar. E o resto foi a paixão por Luiz Tatit que falou mais alto.
ÉPOCA - Na versão em CD, você optou por colocar apenas nove músicas dos shows e outras quatro registradas em estúdio. Foi complicado escolher apenas alguns números de um show tão bem encadeado pelas canções?
Zélia - Foi diferente, mas me diverti em subverter meu próprio repertório. Não vejo graça em ter um CD idêntico ao de estúdio e idêntico ao vídeo, sabe? E as pessoas se amarraram nessas surpresas. Ficou bom de ouvir assim!
Zélia - Foi diferente, mas me diverti em subverter meu próprio repertório. Não vejo graça em ter um CD idêntico ao de estúdio e idêntico ao vídeo, sabe? E as pessoas se amarraram nessas surpresas. Ficou bom de ouvir assim!
ÉPOCA - Essas novas canções caberiam em um novo projeto. Por que decidiu antecipá-las?
Zélia - Porque elas se impuseram assim, porque comemoro meus 30 anos de profissionalização com as novidades à minha volta. E porque quis ter isso no DVD, pra que economizar, né? A fonte de onde saíram essas já está gerando outras!
Zélia - Porque elas se impuseram assim, porque comemoro meus 30 anos de profissionalização com as novidades à minha volta. E porque quis ter isso no DVD, pra que economizar, né? A fonte de onde saíram essas já está gerando outras!
ÉPOCA - A música “Borboleta” foi feita por você e outros três compositores (Marcelo Jenice, Arnaldo Antunes, Alice Ruiz). Como chegaram ao “consenso” do que é a música?
Zélia - Culpa do Marcelo, que vai arrastando a melodia cada hora pra um! Adorei isso. Começou comigo e Alice, na casa dela, depois completou com Arnaldo. Como a brincadeira que a musica sugere, saca? Voando pra onde quer!
Zélia - Culpa do Marcelo, que vai arrastando a melodia cada hora pra um! Adorei isso. Começou comigo e Alice, na casa dela, depois completou com Arnaldo. Como a brincadeira que a musica sugere, saca? Voando pra onde quer!
ÉPOCA - O músico Marcelo Jeneci ficou conhecido do grande público há pouco tempo, quando lançou seu álbum. Mas você já tinha feito música com ele em 2009. Como os novos compositores chegam a você? Está sempre atenta a isso?
Zélia - Sim, e acho que por isso mesmo vou encontrando, esbarrando, tentando detectar os que têm pontos de contato comigo e com meu trabalho.
Zélia - Sim, e acho que por isso mesmo vou encontrando, esbarrando, tentando detectar os que têm pontos de contato comigo e com meu trabalho.
ÉPOCA - Antes de cantar “Por isso corro demais”, você diz ser uma praticante de corrida. Correr também a inspira musicalmente? Alguma canção já nasceu enquanto você corria?
Zélia - Muitas ideias e nomes de álbuns e canções!
Repertório do DVD:
Zélia - Muitas ideias e nomes de álbuns e canções!
ÉPOCA - Você está completando 30 anos de carreira. Essas datas redondas costumam inspirar reflexões nos artistas. Você já fez a sua?
Zélia - Minha reflexão está no DVD! E estou preparando um espetáculo só de Luiz Tatit. Filosofia pura! Estou “Tatiando”...
Zélia - Minha reflexão está no DVD! E estou preparando um espetáculo só de Luiz Tatit. Filosofia pura! Estou “Tatiando”...
Repertório do DVD:
01 Boas Razões
Autor: Alex Beaupain - versão Zélia Duncan
02 Ambição
Autor: Rita Lee
03 Telhados de París
Autor: Nei Lisboa
04 Se um Dia me Quiseres
Autores: Zélia Duncan e Zeca Baleiro
05 Intimidade
Autores: Christiaan Oyens e Zélia Duncan
06 Tudo Sobre Você
Autores: John Ulhoa e Zélia Duncan
07 Felicidade
Autor: Luiz Tatit
08 Esporte Fino Confortável
Autores: Chico Cézar e Zélia Duncan
09 Aberto
Autores: Edu Tedeschi e Zélia Duncan
10 Se Eu Fosse
Autores: Dante Ozzetti e Zélia Duncan
11 Duas Namoradas
Autores: Itamar Assumpção e Zélia Duncan
12 Defeito 10: Cedotardar
Autores: Moacyr de Albuquerque e Tom Zé
13 Borboleta
Autores: Marcelo Jeneci, Arnaldo Antunes, Alice Ruiz e Zélia Duncan
14 Todos os Verbos
Autores: Marcelo Jeneci e Zélia Duncan
15 Pelo Sabor do Gesto
Autores: Alex Beaupain - versão Zélia Duncan
16 Os Dentes Brancos do Mundo
Autores: Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle
17 I Love You
Autores: Roberto Carlos e Erasmo Carlos
18 Por Isso Eu Corro Demais
Autores: Roberto Carlos
19 Sinto Encanto
Autores: Moska e Zélia Duncan
20 O Tom do Amor
Autores: Moska e Zélia Duncan
21 Flores
Autores: Fred Martins e Marcelo Diniz
22 Nem Tudo
Autores: Edu Tedeschi e Zélia Duncan
23 Catedral
Autores: Tanita Tikara - versão Christiaan Oyens e Zélia Duncan
Autor: Alex Beaupain - versão Zélia Duncan
02 Ambição
Autor: Rita Lee
03 Telhados de París
Autor: Nei Lisboa
04 Se um Dia me Quiseres
Autores: Zélia Duncan e Zeca Baleiro
05 Intimidade
Autores: Christiaan Oyens e Zélia Duncan
06 Tudo Sobre Você
Autores: John Ulhoa e Zélia Duncan
07 Felicidade
Autor: Luiz Tatit
08 Esporte Fino Confortável
Autores: Chico Cézar e Zélia Duncan
09 Aberto
Autores: Edu Tedeschi e Zélia Duncan
10 Se Eu Fosse
Autores: Dante Ozzetti e Zélia Duncan
11 Duas Namoradas
Autores: Itamar Assumpção e Zélia Duncan
12 Defeito 10: Cedotardar
Autores: Moacyr de Albuquerque e Tom Zé
13 Borboleta
Autores: Marcelo Jeneci, Arnaldo Antunes, Alice Ruiz e Zélia Duncan
14 Todos os Verbos
Autores: Marcelo Jeneci e Zélia Duncan
15 Pelo Sabor do Gesto
Autores: Alex Beaupain - versão Zélia Duncan
16 Os Dentes Brancos do Mundo
Autores: Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle
17 I Love You
Autores: Roberto Carlos e Erasmo Carlos
18 Por Isso Eu Corro Demais
Autores: Roberto Carlos
19 Sinto Encanto
Autores: Moska e Zélia Duncan
20 O Tom do Amor
Autores: Moska e Zélia Duncan
21 Flores
Autores: Fred Martins e Marcelo Diniz
22 Nem Tudo
Autores: Edu Tedeschi e Zélia Duncan
23 Catedral
Autores: Tanita Tikara - versão Christiaan Oyens e Zélia Duncan
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Zélia Duncan empolga na gravação do DVD Em Cena
Zélia Duncan - Fotos de Lícias Santos
Estou calejado de assistir a gravações de DVDs, mas raramente vi uma entrega tão absoluta como a de Zélia Duncan na gravação de Em Cena neste domingo no Teatro Municipal de Niterói. Razões não faltam. É o palco mais nobre de sua cidade natal, ela lançou seu melhor disco há um ano e meio, Pelo Sabor do Gesto, e agora em maio sopra 30 velinhas pelas três décadas de carreira.
Com Fernanda Takai em Boas Razões
A platéia retribuiu com entrega total ao belo espetáculo que Zélia preparou para ela: o repertório da turnê com acréscimos engrandecedores e convidados comprometidos com a anfitriã. “Tudo aqui é verdade,” disse ela lá pelo meio de uma apresentação marcada pela espontaneidade e descontração, mas muito bem preparada, tanto que exigiu a repetição de uma única música.
É um avião, um disco voador? Não, é Moska, Christiaan Oyens e ZD
Zélia se disse plena, renovada e pronta para aprender mais e sempre, que adora quando alguém a tira da ignorância “e isso acontece todo dia, toda hora.” Este aprendizado a ensinou a montar um repertório sensível e inteligente, cheio de romantismo e bom humor. E coragem, porque colocou todas as músicas do último CD no setlist com três únicas concessões ao passado em 23 canções: Intimidade, Flores e Catedral, esta no bis com violão e vozes, dela e de uma platéia afinada. Ou seja, nada de viver do passado, o olhar firme no presente rumo ao futuro.
Mr. Pato Fu, John Ulhoa
Os convidados foram a cereja do bolo. Logo que a cortina abriu, ela começou com Boas Razões ao lado de John Ulhoa, do Pato Fu, produtor de sete músicas de Pelo Sabor do Gesto, e logo entrou Fernanda Takai para reproduzir o dueto que está no CD. Lá pelo meio foi a vez de Marcelo Jeneci, revelação recente que se disse muito incentivado a se construir solo por Zélia. Cantaram Borboletas, uma canção empolgante sobre o amor pela música e sobre o poder dela para arrebatar corações. Há momentos para a platéia fazer a festa em versos que pedem para bater palmas, bater no chão e berrar (clique e veja).
Marcelo Jeneci
O Tom do Amor, dela com Moska, teve a participação do parceiro com uma postura clown e uma interpretação idem que mudou o perfil da música. Com Zélia só, como vi no ensaio de sexta, ela parece uma canção de forte sabor romântico, com Moska teve um apelo humorístico. Christiaan Oyens, parceiro de grandes sucessos de Zélia, compareceu com o belo som slide de seu violão havaiano.
Webster Santos - guitarra, violão e bandolim
Felicidade, de Luiz Tatit, sobre um personagem que está na merda, mas transborda de alegria, é um dos grandes momentos do show com Zélia usando o lado teatral para empolgar e fazer a platéia cair no riso. I Love You entrou como homenagem aos 50 anos de Roberto Carlos, a mais lado B que ela conseguiu achar no repertório do rei. Um pouco datada em algumas referências ao período em que foi composta, o início dos anos 70, mas bem divertida.
Jadna Zimmerman - bateria, percussão e flauta
Para ilustrar seu lado atlético de corredora, já com meias e inteiras maratonas no currículo, Zélia cantou, também do repertório real, Por Isso Corro Demais. Ela falou da importância da corrida não só pelo lado físico, mas pelo lado mental. E mais "A coisa mais importante da corrida, fora o momento que é seu, é a chegada. Quero dedicar esta canção a quem me espera na volta das minhas intermináveis corridas," disse ela numa dedicatória romântica (clique e veja).
Leo Brandão - Teclados
Zélia usou um vestido tipo Onde está Wally? de Ronaldo Fraga com altura acima do joelho, mostrando um pouco as pernas, algo raro em palco. Daí quando sentou para cantar duas das mais belas canções do roteiro, Pelo Sabor do Gesto e Dentes Brancos, os assovios de fiu-fiu a encabularam um pouco. No ensaio geral de sexta, ela brincou que este era o “momento calcinha”, pelos cuidados que devia tomar para não se revelar além da conta.
Ezio Filho - Baixo e direção musical
A agilidade do roteiro e a excelência das interpretações fizeram com que o show chegasse ao fim como se tivesse acabado de começar. A platéia queria muito mais, mas teve muito menos. A repetição de O Tom do Amor e uma apoteose com Borboleta cantada por ela e convidados. Foi um registro perfeito de um show que merecia mesmo ser eternizado num DVD.
P.S. Mais informações num post abaixo que fala da banda e tem o setlist.
P.S. Mais informações num post abaixo que fala da banda e tem o setlist.
ZD e Moska

Texto do programa por Zelia
REPORTAGEM ÓTIMA, D.U.C.O. sempre nos surpreende com pensamentos, suas palavras, seus argumentos, filosofias, enfim é um SINTO ENCANTO mesmoooo!
ResponderExcluirAguardemos pelo "TATIANDO", que notoriamente deve ser mais do que surpreendente!
"VI e VIVI" a gravação (theatro municipal de Niterói), e, claro ao LANÇAMENTO dete dvd (Auditório Ibirapuera).