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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Raro e merecido momento de relax para Zélia Duncan - Maragogi/AL - 2009



A convite da TAM Nas Nuvens, a cantora Zélia Duncan passou
três dias conhecendo as belezas naturais de Alagoas, com direito
a mergulho em Maragogi e “visita” aos peixes-boi de Porto de Pedras

por Zélia Duncan

Sim, eu viajo muito, ou seja, me desloco da minha casa, da minha cidade e eventualmente do Brasil com muita frequência — porém, raramente para descansar e aproveitar os lugares. A profissão de artista exige muito de mim, vivo sendo arrastada de casa para o aeroporto, do aeroporto para o hotel, do hotel para o teatro. Daí o charme que teve para mim, antes de me despedir de 2009, graças a um convite da TAM, parar tudo por três dias em Alagoas, após dois shows em Salvador. Aproveitei o fato de já estar em terras nordestinas, minha região favorita, para me dedicar ao descanso e agora contar o que vivi durante esses dias na paradisíaca Maragogi, norte do estado, bem perto da divisa com Pernambuco.


Primeiro dia

O voo de Salvador a Alagoas foi muito rápido e tranquilo. Uma tapioca antes de pegar a estrada e lá fomos nós, eu e minha irmã Helena, por 2 horas e meia de carro até o resort Miramar, localizado na linda praia de Ponta de Mangue. No caminho, muitas conversas sobre a região, dominada por canaviais e coqueirais durante o percurso, por onde, depois de um tempo, começamos a vislumbrar o azul esverdeado (ou verde azulado) do mar alagoano, paralelo a um bom pedaço da estrada. Maragogi se firmou como o segundo maior polo turístico do estado, com seus 22 km de praia, só perdendo para a capital, Maceió.





Segundo dia


Na manhã seguinte, nosso guia nos levou até a praia para o primeiro passeio, que é considerado o melhor para os mergulhadores de superfície como nós. Precisa ser cedinho, para pegar a maré baixa e atingir o que eles chamam de galés, verdadeiros recifes que abrigam belos peixes alegres, colorindo aquele mar de sonhos. Os barcos param a uma certa distância, e nós mergulhamos numa água rasa de temperatura muito agradável. A partir de Japaratinga, pegamos uma balsa para atravessar o Rio Manguaba, palco de antigas batalhas entre holandeses, espanhóis e portugueses, que disputavam as riquezas dessas terras, especialmente a cana. De lá, seguimos rumo a Porto de Pedras, ao encontro dos belos e raros peixes-boi. Como sempre, lindas paisagens e relatos. Tirei uma foto da Barreira do Boqueirão, onde vimos falésias e mais um cenário de arrasar. De Porto de Pedras, pegamos um barco com Marta e deslizamos pelo Rio Tatuamunha, ex-palco de pesca predatória, hoje cenário de um belo projeto de preservação do peixe-boi e seu meio ambiente. O mangue tem os caranguejos aratu (pequeno) e uçá — chamado de Tony Ramos, por ser mais cabeludinho que os outros! Tirei fotos das raízes aéreas, que vergam para encontrar o chão, como numa floresta subterrânea.

Terceiro dia

Almoçamos em São Miguel dos Milagres, com direito a coco louco (não me perguntem o que tinha dentro!) e frutos do mar. Naquela região existe a cidade de Porto Calo, onde nasceu o controverso personagem histórico Calabar. Considerado herói por uns e desertor por outros, ele lutava pelos portugueses e espanhóis e se debandou para o lado dos holandeses. Na véspera da volta, comemos uma deliciosa lagosta no charmoso Calamaris. Adorei a chance de descansar e aprender ao mesmo tempo. O Brasil é muito mais do que podemos pensar, trancados nas nossas vidas e tensões. Viajar é passar a perna no tempo, é viver mais do que o normal.

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