
"Acho que tem alguns momentos. Talvez quando as coisas aconteceram mesmo. Quando eu comecei em 1981, depois em 1995 quando Catedral estourou", diz Zélia que apresenta o show "Pelo Sabor do Gesto - Em cena", no dia 21 de outubro no Vivo Rio, no Aterro do Flamengo.
O único hit presente nas apresentações do novo projeto, que mistura música com uma linguagem teatral, foi Catedral. Perguntada sobre a recepção dos fãs que sempre esperam ouvir os maiores sucessos. Zélia diz que "o público tem que se sentir considerado quando um artista não dá a eles a mesma coisa".
"Quando não dou pra eles sempre a mesma coisa não estou pensando só em mim, eu estou pensando que é bom para quem ouve. Eu estou viva, estou ativa, componho, o mundo mudou, eu mudei. As coisas que já fiz, eu adoro e canto eventualmente, mas não tenho nenhuma vontade de comemorar 30 anos de carreira mostrando o que todo mundo já conhece", explica a cantora. "Adoro ouvir todo mundo cantando minhas músicas, mas adoro quando as pessoas fazem silêncio e ouvem uma coisa nova e se emocionam com essa coisa nova. Eu acho que se você acha que já conhece tudo sobre alguém, você vai se desinteressar No amor, na amizade...", completa.
Ela explica que não tem implicância em tocar os maiores hits de seus 30 anos de carreira, mas sua intenção é dizer ao público que está viva, produtiva e criativa. "Eu estou comemorando 30 anos de carreira e não 30 anos de nostalgia", diz ela, acrescentando que respeita os artistas que tocam sempre os mairoes sucessos e são aclamados. "Que delícia, ótimo. Eu só não tenho vontade de fazer isso", explica.
Apesar de, assim como grandes músicos do rock brasileiro, ter se mudado para Brasília quando criança, Zélia Duncan diz que achava meio estranho o estilo punk da turma da colina qual faziam parte integrantes da Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude. "Eles eram meio punks e aquela era a minha fase mais MPB. Então eu olhava meio assustada", comenta sobre as bandas brasilienses que começaram a cantar na mesma época.
Zélia Duncan começou sua carreira em 1981, mas conta que não sofreu influência do movimento punk. "Cheguei a ver as bandas nascendo, foi muito legal pra mim ver porque depois que o tempo passou um pouco eles estouraram e ai é que eu fui consumir aquela música e foi bacana pensar que eu estava lá e aquilo tudo acontecendo. Eu vivi mais a fase banda um pouquinho depois. Tive uma influência bem depois, mas na hora não", contou.
As maiores influências da cantora eram compositores como Caetano Veloso e cantoras de jazz, como Fitzgerald, citada pela artista.
Sobre misturar a música e atuação tanto em seu show, quanto no espetáculo que atua, "TôTatiando", Zélia diz que quer levar para frente especificamente estes projetos, mas "se alguma coisa rolar daí provavelmente eu vou estar preparada querendo brincar disso (atuar), porque eu quero sempre me divertir com alguma coisa", mas ressalva que sua preocupação mesmo é cantar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário