Rio - Correr é uma parada pra pensar. Meu momento mais zen na vida. Mais que cantar, pois cantar vem de um desejo muito forte e desejar é, de certa forma, perder a paz. E claro que uma realização sem precedentes. Mas, correndo, descanso de meus outros fortes desejos, como cantar, amar, ser feliz.
Muitas vezes, quando chego na véspera de um show, seja onde for, me informo e dou uma corrida cedinho. Depois de comer algo, claro. É também uma maneira de conhecer os lugares, sentir o cheiro, ser um pouco da paisagem. Quando estou num lugar e vejo alguém correndo, meu corpo me manda mensagens do tipo: “E nós?” É que esse prazer imenso que a corrida proporciona, só quem pratica compreende de verdade. Quando eu digo que já corri cinco meias (21 km), uma de 25 km (SP) e uma inteira (42 km), fora todas as pequenas e os treinos, a maioria arregala os olhos e me olha como se eu estivesse dizendo que buchada de bode é a melhor refeição do mundo. E não é, pra quem gosta e compreende o gosto?
Também me divirto, pois, na fase de treino mais intenso, sempre encontro alguém que diz que me viu correndo. Vizinhos, colegas, amigos, familiares, todo mundo me encontra por aí correndo. Outro dia , na Lagoa, um carro passou buzinando, fazendo a maior folia pra mim. Era meu parceiro Christiaan Oyens, com a filharada: “Não pare, Dinda Zélia!”
Zélia Duncan é cantora, compositora, maratonista e estreia
o show ‘Pelo Sabor do Gesto – Em cena’ dia 21
o show ‘Pelo Sabor do Gesto – Em cena’ dia 21
Nenhum comentário:
Postar um comentário